Vocês devem estar acompanhando esse caso do aborto de duas crianças em Alagoinha.
Quando vi a declaração do arcebispo de Olinda e Recife sobre a excomunhão dos envolvidos no aborto, pensei que ele não precisava fazer essa divulgação pública e midiática. Pareceu-me um caso difícil, envolvendo problemas de consciência delicados. A menina tem nove anos, estava grávida de gêmeos... Talvez essa gravidez pusesse de fato sua vida em risco... Fazer publicidade dessa excomunhão só traria confusão e abriria uma porta para os abortistas aproveitarem para divulgar suas práticas infanticidas, e para os detratores da Igreja jogarem mais pedras e insultos sobre ela.
De fato, foi o que aconteceu. A imprensa, ou por ignorância ou por má fé, aproveitou-se do incidente, dando a impressão de que a excomunhão num caso como este é uma espécie de pena aplicada pelo arcebispo, quando na verdade ela é automática - quer dizer, D. José apenas divulgou um fato consumado, e não aplicou (ou "distribuiu", como disse a Folha de São Paulo em editorial) a excomunhão. O Jabor aproveitou para sentar o pau no papa Bento XVI e para falar das "trevas da Idade Média" (certamente em contraposição à Idade Luminosa em que nos coube viver). Até o presidente Lula ("como cristão e como católico") sentiu-se no direito de passar um pito no arcebispo.
Entretanto mudei de opinião sobre a falta de tato do arcebispo quando li o relato do padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinha, que acompanhou pessoalmente o caso. Os pais da menina foram criminosamente manipulados, a menina foi raptada por organizações abortistas e o aborto dos dois bebês de cinco meses de idade foi realizado. Leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões. E se quiserem entender a posição da Igreja sobre o caso, ouçam também a homilia do Padre Paulo Ricardo.
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