Assisti há pouco o filme abaixo. É a história de Marcela, um bebê anencéfalo que viveu um ano e oito meses. O vídeo tem quinze minutos. É impressionante ver a alegria e a paz que essa menina trouxe à família. Nem o médico, nem os pais da menina pensaram um momento sequer em abortá-la. Uma vacina contra a ideia eugênica de eliminar bebês doentes ou defeituosos.
sexta-feira, 27 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Meditações
Se você é cristão, não deixe de ouvir a seqüência de meditações sobre os pecados capitais postadas pelo padre Paulo Ricardo em seu site. É uma verdadeira maravilha. Os pecados capitais não são propriamente os pecados cometidos, mas as principais tendências que nos levam a eles (para evitar esta confusão muito comum ele os denomina de "doenças espirituais").
Pe. Paulo faz uma análise de cada pecado e expõe os conselhos ascéticos da tradição da Igreja para combatê-los, baseado principalmente nos escritos dos Santos Padres, ou Padres do Deserto.
Ouça-as na ordem, começando pela Introdução que está bem no final da página - clique aqui.
Pe. Paulo faz uma análise de cada pecado e expõe os conselhos ascéticos da tradição da Igreja para combatê-los, baseado principalmente nos escritos dos Santos Padres, ou Padres do Deserto.
Ouça-as na ordem, começando pela Introdução que está bem no final da página - clique aqui.
sábado, 21 de março de 2009
Ainda o aborto em Recife
Transcrevo abaixo a entrevista que o Padre Paulo Ricardo deu para Olavo de Carvalho em seu programa de 16 de março onde, além de falar da questão do aborto no Recife e de sua repercussão na mídia, o padre dá uma chamada nos padres e bispos brasileiros e em nosotros, leigos (ouça o programa completo aqui) - não deixe também de ler um comentário mais técnico sobre o caso, acompanhado de uma ampla explanação sobre a situação do aborto no Brasil e no mundo neste link.
Padre Paulo - Eu estava pregando um retiro no seminário de Recife logo antes do caso ter acontecido, e estou por dentro de toda a situação. Ali, a menina não corria nenhum risco de vida, a não ser, claro, o risco normal que significa uma gravidez nessa idade tão precoce. Mas não havia risco nenhum que justificasse o aborto e, no entanto, ela foi raptada por uma organização abortista; e se aproveitaram da mãe.
Olavo - Quer dizer que o risco foi todo inventado por aqueles fulanos, eles que inventaram esse negócio? Não tinha nenhum atestado médico?
Padre Paulo - Então, aí é que está. Havia toda uma pressão em cima do Hospital. Quando o Hospital viu que o pai da criança era contra o aborto, e que o aborto seria ilegal... Porque, veja só, infelizmente no Brasil existe essa possibilidade de um aborto legal, quando há um estupro ou risco de vida da mãe, mas no caso aqui eles precisavam ter o consentimento dos pais. O pai biológico da criança era contra o aborto, e no entanto eles pegaram a mãe, que é analfabeta, fizeram a mãe assinar com o polegar uns documentos de que ela não sabia o conteúdo, autorizando o aborto. O aborto foi não somente ilegal (pois foi contra o consentimento do pai, pois no caso dos pais não estarem de acordo seria necessário que a justiça se manifestasse) mas também foi clandestino, porque levaram a mãe e levaram a criança para uma clínica cujo paradeiro não se conhecia. Não escondendo do ascebispo de Recife, que todo mundo está dizendo que é malvado, etc. e tal, mas escondendo do pai da criança, que era contra o aborto. E a mãe também era contra o aborto. Só que acontece que eles convenceram a mãe, a pobre coitada, analfabeta, que a criança morreria se não fizesse o aborto. Então fizeram todos os procedimentos às pressas...
Agora, qual é o problema dessa história toda? O problema é que nós, na Igreja Católica, e aqui eu falo como padre, como quem conhece os bispos envolvidos, conheço perfeitamente D. José Cardoso, que é um homem de Deus... O pessoal não está entendendo que tudo isto está sendo capitalizado como uma vitória política contra a Igreja e a favor do aborto. Então, infelizmente, dentro da Igreja Católica não está havendo gente com coragem suficiente para enfrentar a situação e se colocar ao lado, claramente, de D. José. D. José cumpriu o seu dever. Claro, a gente pode questionar e dizer: "a forma com que ele falou não foi simpática", mas nós não estamos num concurso de Miss Simpatia. Nós estamos aqui diante de um arcebispo que é temente a Deus, ele sabe que tem o seu dever de pastor, que era não somente salvar a vida daquelas duas crianças inocentes, na barriga de uma outra criança inocente, mas o dever dele era também de esclarecer os fiés católicos da gravidade do crime.
Existe toda uma confusão dentro da Igreja e dentro do episcopado, porque os bispos não estão enxergando que, quanto maior a nossa timidez, mais esses abortistas vencem politicamente, porque a vitória que eles querem com esse caso todo não é somente a morte dessas duas crianças; eles querem uma vitória política, eles querem que o brasileiro aceite o aborto. Agora, noventa por cento da população brasileira é contra o aborto, e eles sabem disso. Falta a virtude da fortaleza, que é a virtude de eu me dispor a sair ferido de uma briga porque existe um bem maior em jogo. (...) Nós temos que cumprir o nosso dever, mesmo que isto nos custe, e é isto que precisa ser recordado para as pessoas da Igreja.
Esclarecendo, para as pessoas que estão ouvindo: a Igreja Católica é contra, absolutamente contra esse crime horrível que foi o estupro de uma menina, o abuso sexual de uma menina de nove anos de idade pelo seu padastro, a Igreja abomina isto, só que o culpado deste crime não foram as duas crianças inocentes que estavam na barriga da mãe.
Olavo - Claro, então para proteger uma criança tem que matar duas? Que história é essa?
Padre Paulo - Que matemática é essa? Que maluquice é essa? Só que a mídia cria todo um clima de histeria em cima da coisa porque querem capitalizar [o caso] contra a Igreja, [assim como] todas essas organizações, MacArthur, Rockefeller, despejando dinheiro no Brasil... O que é que a organização abortista no Brasil elegeu como navio quebragelo para conseguir que os brasileiros se dessensibilizem a respeito do aborto? O navio quebragelo que eles estão usando são os abortos legais. Por exemplo, em 1988, no Brasil, existia a possibilidade de abortos legais, só que os abortos não eram feitos, porque o brasileiro era contra o aborto, mesmo no caso de estupro, mesmo no caso de risco da mãe. Em 88 a fundação MacArthur despejou 36 milhões de dólares no Brasil para fazer clínicas de aborto!... (...)
O problema que a gente nota dentro da Igreja é que a maior parte dos bispos são homens bons mas não estão treinados para enxergar esse jogo político. Então, para eles, é uma questão somente de moralidade privada. Eles têm que ver que nós aqui saímos perdendo politicamente por causa da nossa timidez. Veja por exemplo as declarações da CNBB e do Regional Oeste II... A CNBB é um organismo para que os bispos consigam atuar mais ou menos em sintonia uns com os outros. Ela não fala em nome dos bispos do Brasil inteiro, ela fala somente em nome dela mesma. A CNBB é um grupo que ordena a ação geral dos bispos no Brasil. Quem tem autoridade sobre os bispos é o Papa, ou então o Concílio Ecumênico junto com o Papa. O que acontece é que a CNBB fez declarações corretíssimas. Só que as declarações são corretas demais; eles concluem a declaração dizendo assim: "não concordamos com o desfecho final, de eliminar a vida de seres humanos indefesos", quer dizer, está politicamente correto demais, gente.
Olavo - Pois é, tá querendo agradar o mundo. Isso aí não é o que se chama "respeito humano", padre?
Padre Paulo - É, é respeito humano.
Olavo - É respeito humano colocado acima do dever de obediência a Deus. Isso aí não pode.
Padre Paulo - Eles condenaram a coisa, só que tem que condenar de leve, não pode ferir os sentimentos, não pode magoar as pessoas.
Olavo - É, pode magoar os sentimentos nossos. O sentimento dos católicos que vá pro brejo, né? Mas o sentimento do descrente, do abortista, ah, isso aí não pode tocar. Isso aí é o beautiful people da mídia, do show business, o pessoal se intimida diante dessa gente que não vale um tostão.
Padre Paulo - Exatamente. Vamos supor: eu entro na sua casa, rapto a sua filha, praticamente - que foi o que aconteceu, foi um rapto -, mato duas crianças inocentes e [é dito]: "não concordo com o desfecho final". Tá meio fraco, né? As coisas precisavam ter sido ditas com mais clareza. Está corretíssimo, só que está correto demais. Você tem que chamar de assassinos.
Olavo - Mas padre, me esclarece uma coisa. O senhor tinha me informado que a mídia deu uma ideia errada para as pessoas de que o Vaticano estava contra o bispo Cardoso, quando na realidade o Vaticano oficialmente o apoiou.
Padre Paulo - Sim, o Vaticano apoiou D. José Cardoso. O cardeal Giovanni Batista Rè, que é o cardeal da Congregação para os Bispos e responsável pelos bispos do mundo inteiro no Vaticano, ele fez uma nota oficial e fez várias declarações também para jornais apoiando D. José Cardoso, [dizendo que ele] estava corretíssimo. Agora, aconteceu uma coisa triste neste domingo. Saiu no jornal do Papa, o L'Osservatore Romano, que não é um jornal oficial, mas é um jornal oficioso - mas todo mundo interpreta aquilo como sendo opinião do Papa. Saiu uma coisa triste que foi um artigo de um arcebispo, D. Rino Fisichella, que é responsável pela defesa da vida lá no Vaticano. Eu conheço bem o D. Rino, ele foi meu professor em Roma. Ele é um homem bom. Mas certamente o D. Rino Fisichella está equivocado, ou seja, ele andou lendo as coisas pela mídia internacional, e você sabe que mídia não é coisa em que se confie, e ele fez um artigo defendendo o drama dos médicos, coitadinhos, que tiveram que fazer essa escolha terrível, escolher entre salvar a vida de duas crianças na barriga da mãe e salvar a vida da mãe... O problema não é esse. Essa escolha nunca existiu. Esse bispo está enganado. Ele está mal informado. (...) Esse bispo não pode dizer um negócio desses. "Ah, nós temos que respeitas os pobres dos médicos que tiveram um drama de consciência..." Não teve drama de consciência nenhum desse povo. (...) A mãe e as crianças foram praticamente levadas às escondidas por um grupo abortista, por causa de um risco que não existia - a mãe ignorante, analfabeta... Agora todo mundo cai em cima da Igreja Católica porque o bispo D. José lembrou uma lei que existe no Código de Direito Canônico, que é o fato de que quem comete aborto consciente de que está cometendo aborto está excomungado. (...) Aí [na mídia] começaram a perguntar: "então quer dizer que a mãe da criança está excomungada?" Aí, D. Dimas, da CNBB, esclareceu: "não, a mãe não está excomungada", porque a mãe, coitada, foi enganada. Aí, pronto, já alardeia pra todo mundo: "a CNBB nega que houve excomunhão. Isso é má fé. E nessas organizações proabortistas, se ainda tiver alguém que se acha católico dentro delas - [saibam que] estão todos excomungados. Isso é automático. (...) Por que é que a Igreja faz isso? O homicídio é uma coisa que deveria ser punida pelo código penal civil de cada país. A Igreja não excomunga o assassino que entra numa casa e mata alguém. Por que? Porque já tem a lei dos homens que faz isso, que já põe ele na cadeia. A Igreja decidiu colocar essa pena de excomunhão com relação ao aborto porque as legislações civis, as legislações humanas estão fracas. Em muitos países o aborto é legal.
Olavo - Aqui [nos Estados Unidos], padre, calcula-se que já houve 50 milhões de abortos desde que aprovaram aquela porcaria daquela sentença Roe vs. Wade. O pessoal está concorrendo com o título de Stalin. Mas ainda tem um outro aspecto aí, padre: esses casos de ataque sexual a meninas, quase todos acontecem em casas de mães solteiras que vivem com o amante. Na família regularmente constituída isso é raríssimo. Então esse mesmo pessoal dito "progressista", que quer esculhambar com a família, eles estão criando essa situação e em seguida eles mesmos acusam os outros. Quer dizer, eles fazem o serviço do diabo, eles dão a tentação e depois dão a acusação. Isso já não é mais nem maldade humana, isso é maquiavelismo diabólico.
Padre Paulo - É, realmente. A coisa é diabólica. (...) Eu queria lembrar uma coisa: o governo e essas fundações internacionais estão usando os abortos legais, que são previstos no código penal, numa interpretação laxa, ampla, pra aumentar o número de abortos e, assim, ir dessensibilizando o brasileiro. Então, o que acontece? Hoje, em todas as grandes capitais e nas cidades maiores existem vários hospitais credenciados para fazer o aborto legal. E o que acontece? Eles não têm muitos escrúpulos, não. Uma pessoa chega lá e diz:"olha, eu fui estuprada", apresenta uma documentação mínima e se faz o aborto legal.
Olavo - Aqui está mais fácil ainda, padre. Aqui chega uma menina de treze anos na Planned Parenthood e diz: "fui estuprada". Foi estuprada nada, transou com o namorado; aí eles imediatamente fazem o aborto e não querem avisar o pai e a mãe. São milhares de casos que eles esconderam da família.
Padre Paulo - E se a gente não cuidar, no Brasil a gente vai terminar desse jeito. Então, o importante aqui é nós ficarmos do lado de D. José Cardoso. Porque infelizmente existe também toda uma situação interna da Igreja que é o seguinte: D. José Cardoso é o sucessor de D. Hélder Câmara, que todo mundo sabe que é um medalhão, um ícone da Teologia da Libertação. Não me interessa aqui julgar pessoalmente D. Hélder Câmara enquanto pessoa. Me interessa só o seguinte: ele realmente promoveu a Teologia da Libertação e deu asa a muito marxista dentro da Igreja, e isso foi um crime. Esse ato foi errado, esse ato foi criminoso, isso é um negócio que não tem cabimento dentro da Igreja, isso clama aos Céus, dar cidadania dentro da Igreja para marxista - isso é uma desgraça. O que acontece é que D. José Cardoso foi nomeado há vinte anos atrás arcebispo de Recife e Olinda, sucessor de D. Hélder Câmara. Então, o que aconteceu? Tudo quanto é comunista em Recife e Olinda odeia D. José Cardoso e está esperando ele ir embora. Ele, no ano passado, completou 75 [anos], e agora está todo mundo criando esse escarcéu ao redor do nome dele por duas razões: primeiro porque eles querem promover o aborto, mesmo, mas também tem pouca gente dentro da Igreja defendendo D. Cardoso porque "ele não foi sensível à herança bonita, maravilhosa, de D. Hélder". Então existe esse ódio contido, não expresso, não dito, contra D. José Cardoso. E o pessoal está exultando de alegria que ele agora esteja sendo fritado pela mídia internacional, e é uma espécie de recado: "olha só, Vaticano, pense bem, Papa Bento XVI, na hora de nomear um novo arcebispo de Recife não mande um cara conservador de extrema direita como D. José Cardoso"...
Olavo - Porque pra eles tudo que não é comunista é de extrema direita.
Padre Paulo - Exatamente. Uma coisa que você faz muito bem em dizer no seu programa, Olavo, é exatamente isto: que é dever de todo cristão ser anticomunista.
Olavo - Não apenas ser anticomunista no coração, mas lutar, mesmo. Pio XII dizia: "lutar com o sacrifício da própria vida contra o comunismo".
Padre Paulo - Exatamente. E não tem que ficar preocupado se a gente sai queimado na foto, não, entendeu? Se tem que dar a vida, como Pio XII disse, então a gente tem que dar também o nome, tem que sair mal falado... Porque nós temos aí um inimigo enorme, que está dentro da Igreja, disfarçado, querendo destruir a Igreja. Graças a Deus existe gente boa dentro da Igreja, existem padres e bispos bons, só que acontece o seguinte: ser bonzinho só não adianta, a gente tem que acordar. Os bons têm que mostrar que são bons odiando o mal e o combatendo. Não adianta nada essa bondade. Nós temos que combater mesmo. E essa realidade de combate com relação a esse caso de aborto, e todo aborto, se tem mais padres ouvindo o programa, eu peço a você, padra, pelo amor de Deus, faça homilia, conscientize o povo dessa verdade: o crime de estupro que a menina sofreu é um crime enorme, mas o criminoso não são as duas crianças que estão na barriga da mãe, as duas crianças que foram mortas são inocentes. E o que é pior ainda é que estão capitalizando isto e colocando na Igreja uma pecha de Igreja medieval, de Igreja contrária à tolerância, de Igreja intolerante, para conseguir fazer com que as pessoas tenham antipatia à Igreja e tenham mais abertura ao aborto. De repente, o Brasil inteiro está aprovando um aborto de duas crianças no quinto mês de gravidez. Isso é um absurdo. É monstruoso. (....) Eu disse [numa homilia que o Pe. Paulo fez na catedral de Cuiabá, cujo link está na postagem anterior]: Eu estou envergonhado de ser brasileiro. Que um país inteiro assista ao assassinato de duas crianças e todo mundo fique com raiva da "Igreja medieval". Olha, eu estou junto com D. José Cardoso, nós podemos ser xingados o quanto for, podem xingar, nós vamos continuar recebendo os xingamentos e defendendo os filhos de vocês. (...) É importante que a gente entenda que, com relação a isso, não tem negociação. Nós estamos falando de um crime que clama aos Céus, e não tem essa coisa de passar a mãozinha na cabeça. Não é adequado chegar e dizer: "ah, eu não concordo com o desfecho". Mas que desfecho, gente? Esse assassinato clama aos Céus, isso é um crime hediondo, uma coisa terrível! É assim que tem que dizer. Porque esse bom-mocismo não vai dar em nada. É aquilo que você diz: o brasileiro está confundindo ética com estética. Padres, pelo amor de Deus, vamos denunciar, vamos abrir a boca. Você foi feito padre pra isso. Um dia você vai estar diante do trono de Deus...
Olavo - Exatamente. E Deus vai pedir satisfação: o que é que você fez lá, com o mandato que eu te dei?
Padre Paulo - O que é que você fez do seu sacerdócio? Você defendeu você mesmo a vida inteira? Nós temos que ter a consciência de que padres e bispos são seres humanos com a alma em perigo. Nós temos um mandato de Deus, mas que põe a nossa alma em perigo se nós não formos fiéis a isso. Então tem que para com essa bobagem... Eu não sei porque é que católico, no Brasil, criou essa idéia frouxa de que, porque é padre e bispo, não é criticável. Ninguém pode criticar um padre ou um bispo.
Olavo - Pode criticar até Papa!
Padre Paulo - Pode!
Olavo - Pode, e às vezes tem o dever de fazê-lo.
Padre Paulo - Exatamente. Santa Catarina de Sena escrevia para o Papa dizendo: o senhor seja homem, volte pra Roma. E o Papa ouviu, isso que é o mais interessante. O Papa ouviu. Santa Catarina de Sena era uma leiga, não era nem monja de clausura, era de uma ordem terceira, dominicana. Era uma leiga que escrevia para o Papa e dizia: o senhor seja homem e volte pra casa, cumpra o seu dever!
Olavo - Então está bom. Muito obrigado pela sua participação que certamente elevou o nível do meu programa, que pelo menos diminuiu o número de palavrões por minuto.
Padre Paulo - Tá bom. Deus abençoe você e abençoe os seus ouvintes.
Padre Paulo - Eu estava pregando um retiro no seminário de Recife logo antes do caso ter acontecido, e estou por dentro de toda a situação. Ali, a menina não corria nenhum risco de vida, a não ser, claro, o risco normal que significa uma gravidez nessa idade tão precoce. Mas não havia risco nenhum que justificasse o aborto e, no entanto, ela foi raptada por uma organização abortista; e se aproveitaram da mãe.
Olavo - Quer dizer que o risco foi todo inventado por aqueles fulanos, eles que inventaram esse negócio? Não tinha nenhum atestado médico?
Padre Paulo - Então, aí é que está. Havia toda uma pressão em cima do Hospital. Quando o Hospital viu que o pai da criança era contra o aborto, e que o aborto seria ilegal... Porque, veja só, infelizmente no Brasil existe essa possibilidade de um aborto legal, quando há um estupro ou risco de vida da mãe, mas no caso aqui eles precisavam ter o consentimento dos pais. O pai biológico da criança era contra o aborto, e no entanto eles pegaram a mãe, que é analfabeta, fizeram a mãe assinar com o polegar uns documentos de que ela não sabia o conteúdo, autorizando o aborto. O aborto foi não somente ilegal (pois foi contra o consentimento do pai, pois no caso dos pais não estarem de acordo seria necessário que a justiça se manifestasse) mas também foi clandestino, porque levaram a mãe e levaram a criança para uma clínica cujo paradeiro não se conhecia. Não escondendo do ascebispo de Recife, que todo mundo está dizendo que é malvado, etc. e tal, mas escondendo do pai da criança, que era contra o aborto. E a mãe também era contra o aborto. Só que acontece que eles convenceram a mãe, a pobre coitada, analfabeta, que a criança morreria se não fizesse o aborto. Então fizeram todos os procedimentos às pressas...
Agora, qual é o problema dessa história toda? O problema é que nós, na Igreja Católica, e aqui eu falo como padre, como quem conhece os bispos envolvidos, conheço perfeitamente D. José Cardoso, que é um homem de Deus... O pessoal não está entendendo que tudo isto está sendo capitalizado como uma vitória política contra a Igreja e a favor do aborto. Então, infelizmente, dentro da Igreja Católica não está havendo gente com coragem suficiente para enfrentar a situação e se colocar ao lado, claramente, de D. José. D. José cumpriu o seu dever. Claro, a gente pode questionar e dizer: "a forma com que ele falou não foi simpática", mas nós não estamos num concurso de Miss Simpatia. Nós estamos aqui diante de um arcebispo que é temente a Deus, ele sabe que tem o seu dever de pastor, que era não somente salvar a vida daquelas duas crianças inocentes, na barriga de uma outra criança inocente, mas o dever dele era também de esclarecer os fiés católicos da gravidade do crime.
Existe toda uma confusão dentro da Igreja e dentro do episcopado, porque os bispos não estão enxergando que, quanto maior a nossa timidez, mais esses abortistas vencem politicamente, porque a vitória que eles querem com esse caso todo não é somente a morte dessas duas crianças; eles querem uma vitória política, eles querem que o brasileiro aceite o aborto. Agora, noventa por cento da população brasileira é contra o aborto, e eles sabem disso. Falta a virtude da fortaleza, que é a virtude de eu me dispor a sair ferido de uma briga porque existe um bem maior em jogo. (...) Nós temos que cumprir o nosso dever, mesmo que isto nos custe, e é isto que precisa ser recordado para as pessoas da Igreja.
Esclarecendo, para as pessoas que estão ouvindo: a Igreja Católica é contra, absolutamente contra esse crime horrível que foi o estupro de uma menina, o abuso sexual de uma menina de nove anos de idade pelo seu padastro, a Igreja abomina isto, só que o culpado deste crime não foram as duas crianças inocentes que estavam na barriga da mãe.
Olavo - Claro, então para proteger uma criança tem que matar duas? Que história é essa?
Padre Paulo - Que matemática é essa? Que maluquice é essa? Só que a mídia cria todo um clima de histeria em cima da coisa porque querem capitalizar [o caso] contra a Igreja, [assim como] todas essas organizações, MacArthur, Rockefeller, despejando dinheiro no Brasil... O que é que a organização abortista no Brasil elegeu como navio quebragelo para conseguir que os brasileiros se dessensibilizem a respeito do aborto? O navio quebragelo que eles estão usando são os abortos legais. Por exemplo, em 1988, no Brasil, existia a possibilidade de abortos legais, só que os abortos não eram feitos, porque o brasileiro era contra o aborto, mesmo no caso de estupro, mesmo no caso de risco da mãe. Em 88 a fundação MacArthur despejou 36 milhões de dólares no Brasil para fazer clínicas de aborto!... (...)
O problema que a gente nota dentro da Igreja é que a maior parte dos bispos são homens bons mas não estão treinados para enxergar esse jogo político. Então, para eles, é uma questão somente de moralidade privada. Eles têm que ver que nós aqui saímos perdendo politicamente por causa da nossa timidez. Veja por exemplo as declarações da CNBB e do Regional Oeste II... A CNBB é um organismo para que os bispos consigam atuar mais ou menos em sintonia uns com os outros. Ela não fala em nome dos bispos do Brasil inteiro, ela fala somente em nome dela mesma. A CNBB é um grupo que ordena a ação geral dos bispos no Brasil. Quem tem autoridade sobre os bispos é o Papa, ou então o Concílio Ecumênico junto com o Papa. O que acontece é que a CNBB fez declarações corretíssimas. Só que as declarações são corretas demais; eles concluem a declaração dizendo assim: "não concordamos com o desfecho final, de eliminar a vida de seres humanos indefesos", quer dizer, está politicamente correto demais, gente.
Olavo - Pois é, tá querendo agradar o mundo. Isso aí não é o que se chama "respeito humano", padre?
Padre Paulo - É, é respeito humano.
Olavo - É respeito humano colocado acima do dever de obediência a Deus. Isso aí não pode.
Padre Paulo - Eles condenaram a coisa, só que tem que condenar de leve, não pode ferir os sentimentos, não pode magoar as pessoas.
Olavo - É, pode magoar os sentimentos nossos. O sentimento dos católicos que vá pro brejo, né? Mas o sentimento do descrente, do abortista, ah, isso aí não pode tocar. Isso aí é o beautiful people da mídia, do show business, o pessoal se intimida diante dessa gente que não vale um tostão.
Padre Paulo - Exatamente. Vamos supor: eu entro na sua casa, rapto a sua filha, praticamente - que foi o que aconteceu, foi um rapto -, mato duas crianças inocentes e [é dito]: "não concordo com o desfecho final". Tá meio fraco, né? As coisas precisavam ter sido ditas com mais clareza. Está corretíssimo, só que está correto demais. Você tem que chamar de assassinos.
Olavo - Mas padre, me esclarece uma coisa. O senhor tinha me informado que a mídia deu uma ideia errada para as pessoas de que o Vaticano estava contra o bispo Cardoso, quando na realidade o Vaticano oficialmente o apoiou.
Padre Paulo - Sim, o Vaticano apoiou D. José Cardoso. O cardeal Giovanni Batista Rè, que é o cardeal da Congregação para os Bispos e responsável pelos bispos do mundo inteiro no Vaticano, ele fez uma nota oficial e fez várias declarações também para jornais apoiando D. José Cardoso, [dizendo que ele] estava corretíssimo. Agora, aconteceu uma coisa triste neste domingo. Saiu no jornal do Papa, o L'Osservatore Romano, que não é um jornal oficial, mas é um jornal oficioso - mas todo mundo interpreta aquilo como sendo opinião do Papa. Saiu uma coisa triste que foi um artigo de um arcebispo, D. Rino Fisichella, que é responsável pela defesa da vida lá no Vaticano. Eu conheço bem o D. Rino, ele foi meu professor em Roma. Ele é um homem bom. Mas certamente o D. Rino Fisichella está equivocado, ou seja, ele andou lendo as coisas pela mídia internacional, e você sabe que mídia não é coisa em que se confie, e ele fez um artigo defendendo o drama dos médicos, coitadinhos, que tiveram que fazer essa escolha terrível, escolher entre salvar a vida de duas crianças na barriga da mãe e salvar a vida da mãe... O problema não é esse. Essa escolha nunca existiu. Esse bispo está enganado. Ele está mal informado. (...) Esse bispo não pode dizer um negócio desses. "Ah, nós temos que respeitas os pobres dos médicos que tiveram um drama de consciência..." Não teve drama de consciência nenhum desse povo. (...) A mãe e as crianças foram praticamente levadas às escondidas por um grupo abortista, por causa de um risco que não existia - a mãe ignorante, analfabeta... Agora todo mundo cai em cima da Igreja Católica porque o bispo D. José lembrou uma lei que existe no Código de Direito Canônico, que é o fato de que quem comete aborto consciente de que está cometendo aborto está excomungado. (...) Aí [na mídia] começaram a perguntar: "então quer dizer que a mãe da criança está excomungada?" Aí, D. Dimas, da CNBB, esclareceu: "não, a mãe não está excomungada", porque a mãe, coitada, foi enganada. Aí, pronto, já alardeia pra todo mundo: "a CNBB nega que houve excomunhão. Isso é má fé. E nessas organizações proabortistas, se ainda tiver alguém que se acha católico dentro delas - [saibam que] estão todos excomungados. Isso é automático. (...) Por que é que a Igreja faz isso? O homicídio é uma coisa que deveria ser punida pelo código penal civil de cada país. A Igreja não excomunga o assassino que entra numa casa e mata alguém. Por que? Porque já tem a lei dos homens que faz isso, que já põe ele na cadeia. A Igreja decidiu colocar essa pena de excomunhão com relação ao aborto porque as legislações civis, as legislações humanas estão fracas. Em muitos países o aborto é legal.
Olavo - Aqui [nos Estados Unidos], padre, calcula-se que já houve 50 milhões de abortos desde que aprovaram aquela porcaria daquela sentença Roe vs. Wade. O pessoal está concorrendo com o título de Stalin. Mas ainda tem um outro aspecto aí, padre: esses casos de ataque sexual a meninas, quase todos acontecem em casas de mães solteiras que vivem com o amante. Na família regularmente constituída isso é raríssimo. Então esse mesmo pessoal dito "progressista", que quer esculhambar com a família, eles estão criando essa situação e em seguida eles mesmos acusam os outros. Quer dizer, eles fazem o serviço do diabo, eles dão a tentação e depois dão a acusação. Isso já não é mais nem maldade humana, isso é maquiavelismo diabólico.
Padre Paulo - É, realmente. A coisa é diabólica. (...) Eu queria lembrar uma coisa: o governo e essas fundações internacionais estão usando os abortos legais, que são previstos no código penal, numa interpretação laxa, ampla, pra aumentar o número de abortos e, assim, ir dessensibilizando o brasileiro. Então, o que acontece? Hoje, em todas as grandes capitais e nas cidades maiores existem vários hospitais credenciados para fazer o aborto legal. E o que acontece? Eles não têm muitos escrúpulos, não. Uma pessoa chega lá e diz:"olha, eu fui estuprada", apresenta uma documentação mínima e se faz o aborto legal.
Olavo - Aqui está mais fácil ainda, padre. Aqui chega uma menina de treze anos na Planned Parenthood e diz: "fui estuprada". Foi estuprada nada, transou com o namorado; aí eles imediatamente fazem o aborto e não querem avisar o pai e a mãe. São milhares de casos que eles esconderam da família.
Padre Paulo - E se a gente não cuidar, no Brasil a gente vai terminar desse jeito. Então, o importante aqui é nós ficarmos do lado de D. José Cardoso. Porque infelizmente existe também toda uma situação interna da Igreja que é o seguinte: D. José Cardoso é o sucessor de D. Hélder Câmara, que todo mundo sabe que é um medalhão, um ícone da Teologia da Libertação. Não me interessa aqui julgar pessoalmente D. Hélder Câmara enquanto pessoa. Me interessa só o seguinte: ele realmente promoveu a Teologia da Libertação e deu asa a muito marxista dentro da Igreja, e isso foi um crime. Esse ato foi errado, esse ato foi criminoso, isso é um negócio que não tem cabimento dentro da Igreja, isso clama aos Céus, dar cidadania dentro da Igreja para marxista - isso é uma desgraça. O que acontece é que D. José Cardoso foi nomeado há vinte anos atrás arcebispo de Recife e Olinda, sucessor de D. Hélder Câmara. Então, o que aconteceu? Tudo quanto é comunista em Recife e Olinda odeia D. José Cardoso e está esperando ele ir embora. Ele, no ano passado, completou 75 [anos], e agora está todo mundo criando esse escarcéu ao redor do nome dele por duas razões: primeiro porque eles querem promover o aborto, mesmo, mas também tem pouca gente dentro da Igreja defendendo D. Cardoso porque "ele não foi sensível à herança bonita, maravilhosa, de D. Hélder". Então existe esse ódio contido, não expresso, não dito, contra D. José Cardoso. E o pessoal está exultando de alegria que ele agora esteja sendo fritado pela mídia internacional, e é uma espécie de recado: "olha só, Vaticano, pense bem, Papa Bento XVI, na hora de nomear um novo arcebispo de Recife não mande um cara conservador de extrema direita como D. José Cardoso"...
Olavo - Porque pra eles tudo que não é comunista é de extrema direita.
Padre Paulo - Exatamente. Uma coisa que você faz muito bem em dizer no seu programa, Olavo, é exatamente isto: que é dever de todo cristão ser anticomunista.
Olavo - Não apenas ser anticomunista no coração, mas lutar, mesmo. Pio XII dizia: "lutar com o sacrifício da própria vida contra o comunismo".
Padre Paulo - Exatamente. E não tem que ficar preocupado se a gente sai queimado na foto, não, entendeu? Se tem que dar a vida, como Pio XII disse, então a gente tem que dar também o nome, tem que sair mal falado... Porque nós temos aí um inimigo enorme, que está dentro da Igreja, disfarçado, querendo destruir a Igreja. Graças a Deus existe gente boa dentro da Igreja, existem padres e bispos bons, só que acontece o seguinte: ser bonzinho só não adianta, a gente tem que acordar. Os bons têm que mostrar que são bons odiando o mal e o combatendo. Não adianta nada essa bondade. Nós temos que combater mesmo. E essa realidade de combate com relação a esse caso de aborto, e todo aborto, se tem mais padres ouvindo o programa, eu peço a você, padra, pelo amor de Deus, faça homilia, conscientize o povo dessa verdade: o crime de estupro que a menina sofreu é um crime enorme, mas o criminoso não são as duas crianças que estão na barriga da mãe, as duas crianças que foram mortas são inocentes. E o que é pior ainda é que estão capitalizando isto e colocando na Igreja uma pecha de Igreja medieval, de Igreja contrária à tolerância, de Igreja intolerante, para conseguir fazer com que as pessoas tenham antipatia à Igreja e tenham mais abertura ao aborto. De repente, o Brasil inteiro está aprovando um aborto de duas crianças no quinto mês de gravidez. Isso é um absurdo. É monstruoso. (....) Eu disse [numa homilia que o Pe. Paulo fez na catedral de Cuiabá, cujo link está na postagem anterior]: Eu estou envergonhado de ser brasileiro. Que um país inteiro assista ao assassinato de duas crianças e todo mundo fique com raiva da "Igreja medieval". Olha, eu estou junto com D. José Cardoso, nós podemos ser xingados o quanto for, podem xingar, nós vamos continuar recebendo os xingamentos e defendendo os filhos de vocês. (...) É importante que a gente entenda que, com relação a isso, não tem negociação. Nós estamos falando de um crime que clama aos Céus, e não tem essa coisa de passar a mãozinha na cabeça. Não é adequado chegar e dizer: "ah, eu não concordo com o desfecho". Mas que desfecho, gente? Esse assassinato clama aos Céus, isso é um crime hediondo, uma coisa terrível! É assim que tem que dizer. Porque esse bom-mocismo não vai dar em nada. É aquilo que você diz: o brasileiro está confundindo ética com estética. Padres, pelo amor de Deus, vamos denunciar, vamos abrir a boca. Você foi feito padre pra isso. Um dia você vai estar diante do trono de Deus...
Olavo - Exatamente. E Deus vai pedir satisfação: o que é que você fez lá, com o mandato que eu te dei?
Padre Paulo - O que é que você fez do seu sacerdócio? Você defendeu você mesmo a vida inteira? Nós temos que ter a consciência de que padres e bispos são seres humanos com a alma em perigo. Nós temos um mandato de Deus, mas que põe a nossa alma em perigo se nós não formos fiéis a isso. Então tem que para com essa bobagem... Eu não sei porque é que católico, no Brasil, criou essa idéia frouxa de que, porque é padre e bispo, não é criticável. Ninguém pode criticar um padre ou um bispo.
Olavo - Pode criticar até Papa!
Padre Paulo - Pode!
Olavo - Pode, e às vezes tem o dever de fazê-lo.
Padre Paulo - Exatamente. Santa Catarina de Sena escrevia para o Papa dizendo: o senhor seja homem, volte pra Roma. E o Papa ouviu, isso que é o mais interessante. O Papa ouviu. Santa Catarina de Sena era uma leiga, não era nem monja de clausura, era de uma ordem terceira, dominicana. Era uma leiga que escrevia para o Papa e dizia: o senhor seja homem e volte pra casa, cumpra o seu dever!
Olavo - Então está bom. Muito obrigado pela sua participação que certamente elevou o nível do meu programa, que pelo menos diminuiu o número de palavrões por minuto.
Padre Paulo - Tá bom. Deus abençoe você e abençoe os seus ouvintes.
O terno Guevara
Depois dos Diários de Motocicleta, Che volta às telas em uma produção espanhola dirigida por Steven Soderbergh. Para equilibrar um pouco a sua imagem do santo-guerrilheiro argentino, veja a produção independente "Guevara: Anatomía de un Mito", dirigido por Luis Guardia, uma produção da Caiman Productions e do Instituto de la Memoria Histórica Cubana.
Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.
Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Aborto em Recife
Vocês devem estar acompanhando esse caso do aborto de duas crianças em Alagoinha.
Quando vi a declaração do arcebispo de Olinda e Recife sobre a excomunhão dos envolvidos no aborto, pensei que ele não precisava fazer essa divulgação pública e midiática. Pareceu-me um caso difícil, envolvendo problemas de consciência delicados. A menina tem nove anos, estava grávida de gêmeos... Talvez essa gravidez pusesse de fato sua vida em risco... Fazer publicidade dessa excomunhão só traria confusão e abriria uma porta para os abortistas aproveitarem para divulgar suas práticas infanticidas, e para os detratores da Igreja jogarem mais pedras e insultos sobre ela.
De fato, foi o que aconteceu. A imprensa, ou por ignorância ou por má fé, aproveitou-se do incidente, dando a impressão de que a excomunhão num caso como este é uma espécie de pena aplicada pelo arcebispo, quando na verdade ela é automática - quer dizer, D. José apenas divulgou um fato consumado, e não aplicou (ou "distribuiu", como disse a Folha de São Paulo em editorial) a excomunhão. O Jabor aproveitou para sentar o pau no papa Bento XVI e para falar das "trevas da Idade Média" (certamente em contraposição à Idade Luminosa em que nos coube viver). Até o presidente Lula ("como cristão e como católico") sentiu-se no direito de passar um pito no arcebispo.
Entretanto mudei de opinião sobre a falta de tato do arcebispo quando li o relato do padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinha, que acompanhou pessoalmente o caso. Os pais da menina foram criminosamente manipulados, a menina foi raptada por organizações abortistas e o aborto dos dois bebês de cinco meses de idade foi realizado. Leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões. E se quiserem entender a posição da Igreja sobre o caso, ouçam também a homilia do Padre Paulo Ricardo.
Quando vi a declaração do arcebispo de Olinda e Recife sobre a excomunhão dos envolvidos no aborto, pensei que ele não precisava fazer essa divulgação pública e midiática. Pareceu-me um caso difícil, envolvendo problemas de consciência delicados. A menina tem nove anos, estava grávida de gêmeos... Talvez essa gravidez pusesse de fato sua vida em risco... Fazer publicidade dessa excomunhão só traria confusão e abriria uma porta para os abortistas aproveitarem para divulgar suas práticas infanticidas, e para os detratores da Igreja jogarem mais pedras e insultos sobre ela.
De fato, foi o que aconteceu. A imprensa, ou por ignorância ou por má fé, aproveitou-se do incidente, dando a impressão de que a excomunhão num caso como este é uma espécie de pena aplicada pelo arcebispo, quando na verdade ela é automática - quer dizer, D. José apenas divulgou um fato consumado, e não aplicou (ou "distribuiu", como disse a Folha de São Paulo em editorial) a excomunhão. O Jabor aproveitou para sentar o pau no papa Bento XVI e para falar das "trevas da Idade Média" (certamente em contraposição à Idade Luminosa em que nos coube viver). Até o presidente Lula ("como cristão e como católico") sentiu-se no direito de passar um pito no arcebispo.
Entretanto mudei de opinião sobre a falta de tato do arcebispo quando li o relato do padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinha, que acompanhou pessoalmente o caso. Os pais da menina foram criminosamente manipulados, a menina foi raptada por organizações abortistas e o aborto dos dois bebês de cinco meses de idade foi realizado. Leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões. E se quiserem entender a posição da Igreja sobre o caso, ouçam também a homilia do Padre Paulo Ricardo.
Assinar:
Postagens (Atom)