domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O Coração Humano
Hoje a Igreja comemora o Sagrado Coração de Jesus. Posto em sua homenagem uma tradução do capítulo X do livro Le Bestiaire du Christ: La mystérieuse emblématique de Jésus-Christ, de Louis Charbonneau-Lassay.
Dedicarei aqui apenas algumas páginas ao simbolismo crístico do coração humano, esperando, se Deus o permitir, consagrar a este assunto um estudo bem mais amplo.
Lancemos primeiro um rápido olhar sobre os cultos do mundo précristão.
I. O CORAÇÃO ENTRE OS ANTIGOS
De acordo com alguns eruditos o homem teria, desde os tempos neolíticos, representado, com uma intenção simbólica, o órgão íntimo onde se elabora o seu sangue, onde se concentra sua vida: o dólmen de Croisic, por exemplo, conteria uma imagem em relevo do coração, ao mesmo tempo que outros símbolos: a serpente, o polvo (1), e talvez o nó iniciático (?).
Em todos os povos antigos cujas civilizações nos são conhecidas, entre os da Ásia, da Europa e da África setentrional sobretudo, até a nossa era, o significado relacionado à representação do coração humano refere-se mais à inteligência que ao sentimento, ou, mais exatamente, fazem da imagem do coração bem mais o ideograma da faculdade de conhecer, de raciocinar e de compreender que o amor afetivo e físico (2).
O egípcio que, em seus hieróglifos, figurou o coração do homem e o coração da Divindade pela imagem de um vaso e pelo fruto abacate, fazendo dele, no homem, a sede da alma; Platão não aceita essa concepção, o que nos valeu esta observação de São Jerônimo: "Os naturalistas perguntam onde reside particularmente a alma; Platão pretende que seja no cérebro, e Jesus Cristo no ensina que é no coração (3)."
Os sábios do Egito afirmavam que é do coração que vem tudo o que sabe o homem, e tudo o que ele pode fazer, e é dele, diziam eles, que a atividade humana recebe suas inspirações e sua força tanto no domínio do pensamento quanto no das ações corporais; e nossos pais estavam de acordo com eles quando tiraram da palavra latina Cor a palavra coragem, fazendo desta sinônimo de bravura, de intrepidez.
É toda a Antiguidade, do Oriente ao Ocidente, que Plínio resume ao escrever: "O coração oferece, em seu interior, o primeiro domicílio à alma e ao sangue em uma cavidade sinuosa... aí reside a inteligência (4)."
O nosso Vauvenargues nos diz que "os grandes pensamentos vêm do coração (5)", e trinta séculos antes dele, o lapicida que gravou a estela funerária do faraó Tutankamon inscreve que esse soberano meditava profundamente a felicidade de seu povo em comunhão com seu próprio coração (6).
Ah, o Coração humano, como o idealista Egipto amou-o! Leia-se por exemplo a fábula de Bitau que sacrificou-se a si mesmo, mas cujo coração não quer morrer, renasce e transforma-se a cada vez que o atinge um novo golpe mortal, até que por fim Anubis reanima Bitau ao reencontrar seu coração errante e mergulha-lo na água; então Bitau retorna à vida ao receber seu coração.
"Os egípcios, diz Plutarco, representam o céu, que sendo eterno não pode envelhecer, por um coração pousado sobre um braseiro cuja flama mantém seu ardor (7)."
De certa maneira, a teologia egípcia chegou mesmo a compreender a concepção profundamente reconfortante daquilo que a espiritualidade católica chamou mais tarde de "a habitação de Deus em nós". Em uma estela conservada no Museu de Turin, e traduzida por Chabas, Beka felicita-se por ter sido em sua vida "um homem justo, veraz e bom, tendo posto Deus em seu coração (8)." Beka diz justamente Deus, o deus Um, em hieróglifos Nuter, e não os deuses, que foram no Egito ancestrais divinizados; Beka compreendia muito bem que não poderia ser condenado, na pesagem das almas, um coração em que residisse a Divindade, e que a carregasse no centro mesmo de sua vida: no mesmo sentimento da posse divina em si, mas aplicando sua voz a outros pensamentos, são Paulo dirá mais tarde: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim."
A pesagem do coração humano no julgamento das almas após a morte, e enquanto autor responsável dos atos bons ou maus realizados durante a vida terrestre, é exposta nos monumentos egípcios em cenas que fazem pensar naquelas que nos mostram, nas igrejas francesas da Idade Média, o julgamento parciular dos atos de nossas vida, com são Miguel pesando as pequenas almas trêmulas na presença do anjo incumbido de nossa proteção e de Satã, nosso acusador.
Eis, por exemplo, essa cena de julgamento pintada sobre o esquife de uma sacerdotisa de Amon: diante do trono de Osíris, encarregado de julgar os mortos, cercado por seus acessores e junto a Maât, personificação divina da Verdade, ergue-se uma alta balança. Ao lado dela, ou abaixo dela, um monstro híbrido, "O Devorador", justiceiro da Divindade, está pronto para apossar-se da alma, se a justa pesagem resultar em seu prejuízo.
Em um dos pratos repousa, sozinho, o coração do defunto sob a aparência do vaso hieróglifo no qual estão as obras más da vida que vai ser julgada (Fig. I e II). Então Maât-Verdade aproxima-se; retira de seu penteado a branca pluma de avestruz que a caracteriza, e coloca-a no prato vazio; às vezes é ela mesma que senta-se no prato, mas como sua substância é espiritual, somente a pluma imaculada exerce o seu peso levíssimo e o equilíbrio perfeito deve então estabelecer-se entre o vaso-coração e a pluma (Fig. III); se isto não acontece, é o monstro justiceiro que triunfa, e a alma, vítima dos maus atos do coração, não será recebida no reino das felizes transformações.
"Os egípcios, diz A. Godard, colocavam no seio de suas casas uma cruz cravada em um coração (9)." E, de acordo com G. Ferrero(10), Wilkinson observou o desenho de uma casa egípcia em cuja fachada figurava um coração com uma cruz em cima "muito semelhante aos que se vê em certos quadros católicos(11)". Le Cour publicou um amuleto egípcio que apresenta o mesmo assunto.
II. A IDÉIA DO CORAÇÃO DE DEUS ENTRE OS ANTIGOS EGÍPCIOS
Partindo das concepções que acabamos de examinar, e muito naturalmente, o pensamento piedoso dos antigos egípcios fez também do coração de Deus Um a sede e a fonte das perfeições divinas. Vemos, em consequência, velhos textos evocarem expressamente o Coração divino; Ramsés II, tendo sido mal assistido por seus oficiais em um combate, repreende-os e termina dizendo-lhes: "Não os tenho mais em meu coração"; depois, voltando-se para seu pai do céu, o deus Amon, ousa falar-lhe assim: "O que é que tu fazes, meu pai Amon? É digno de um pai não velar sobre o seu filho?... e quem são esses asiáticos para o teu coração(12)?"
Em um dos hinos em honra a Aton, imagem da Divindade sob o emblama do disco solar, composto pelo Faraó Anemofis IV e por Nefer-Neferiu-Aton, sua graciosa esposa, lemos, no corpo de um longo texto: "...tu criaste a terra em teu Coração, quando estavas totalmente só... tu fizeste as estações para fazer nascer e crescer tudo aquilo que criaste... tu fizeste o céu distante para te elevares sobre ele e tu vês de lá tudo aquilo que criaste, tu somente. Tu apareces sob a forma de Aton vivo; tu te elevas brilhando, tu te afastas e retornas; tu estás em meu coração...(13)"
Uma mesma concepção é exposta na inscrição funerária de um sacerdote de Mênfis cujo texto com seu sentido foram fixados por Maspéro, Breasted e Erman; dele se deduz que os teólogos de escola de Mênfis distinguiam na obra do Autor de todas as coisas o papel do pensamento criador, que eles denominavam a parte do Coração, e o do instrumento da criação, que eles chamavam a parte da Língua, o Verboç também Alexandre Moret chegou, reproduzindo uma expressão egípcia, a intitular um de seus mais belos capítulos "Do Mistério do Verbo Criador(14)".
Outra escola teológica, que conhecemos através de monumentos do tempo de Ramessides (XIXª dinastia, em torno de 1.200 a.C.) expõe-nos uma teoria segundo a qual Deus, o Deus Um, cuja Natureza nos é apresentada como sendo formada de três entidades distintas que formam uma verdadeira trindade-unidade: Ftah, Horus e Thot. Ftah é a Pessoa suprema, a Inteligência perfeita; Horus, segundo a crença já então bem antiga, é o Coração compreensivo e afetivo da divindade, é o espírito que anima toda vida; Thot é o Verbo, instrumento de realização das obras divinas.
Ftah é designado como o Ser supremo, pois toda a tríade de alguma maneira procede dele. Ele é, de acordo com o documento citado acima, "aquele que torna-se Coração, aquele que torna-se Língua".
Horus, o Coração divino, foi representado nas artes sagradas pela figura do falcão. Desde os tempos da IVª dinastia, em torno de 2.840 a 2.680 a.C., ele aparece simbolizado assim; sobre a bela estátua de Quéfrem, que está no museu do Cairo, por exemplo, o Pássaro sagrado apoia seu coração, todo seu corpo, contra a nuca do faraó que ele protege, que inspira, e envolve sua cabeça com as asas abertas (Fig. IV). Há mesmo nessa atitude singular do falcão deus muito mais do que o signo de uma simples assistência dada ao faraó, de quem ele cobre e aquece o cerebelo no ponto, sensível por excelência, que a neurologia denomina "Ponte de Varólio", e que lhe põe em contato quase imediato com esse feixe de nervos cervicais que alguns anatomistas denominam "Árvore da Vida": não poderíamos dizer que, por esse cálido abraço o Pássaro-divino, emblema do Coração da divindade, fecunda, de alguma forma, o espírito de Quéfrem em seu cérebro, nessa hospedaria em que se detêm, diziam os sábios desse tempo, os pensamentos concebidos e nascidos no coração antes de serem exteriorizados pelo movimento da língua e pela abertura dos lábios?
III. O CORAÇÃO HUMANO, IMAGEM EMBLEMÁTICA DO CORAÇÃO DE JESUS CRISTO
Nas artes da cristandade perseguida e sob os primeiros imperadores constantinianos, a imagem do coração aparece frequentemente sem que se possa decidir razoavelmente a ver nela um motivo puramente ornamental, nem a assimilá-la sempre a essas folhagens cordiformes de convólvulos empregadas na epigrafia romana. O sábio explorador da antiga Cartago, R. P. Louis Delattre publicou numerosas imagens de corações em relevo em pratos ou lâmpadas dos séculos III ao VI, que são fabricações cristãs: esses corações são ornamentados ora com a cruz ora com as iniciais do Cristo, I sobre X (Iesus Xhristos), ou X sobre P (XRistos). Das duas uma: ou eles exprimem a habitação do Cristo no coração do cristão, ou eles são o emblema do próprio coração de Jesus Cristo, com reservas; de resto, o padre Delattre aceitava esta última interpretação, à qual a adesão mais recente do mestre Dom H. Leclercq dá um valor de quase certeza, sobretudo no que concerne à presença do coração marcado com uma cruz no centro de certas lâmpadas cartaginenses(15).
Por longos séculos, em Roma e no resto da cristandade, o culto do Coração de Jesus Cristo confunde-se com o da chaga feita em seu lado, no Calvário, pela lança do soldado romano que o traspassou.
Se não conhecemos, antes do final do séc. XIII, outras imagens simbólicas do coração humano que possam ser vistas como representando o do Salvador, ao menos os escritores desse tempo falam com frequência do Coração de Jesus Cristo como o lugar do seu amor pelos homens, e como a fonte do sangue que ele derramou para o resgate e a salvação do mundo. Por exemplo são Bernardo, no séc. XI(16), Guillaume de Saint-Thierry, por volta de 1.150(17); no mesmo período o autor da Vida Mística(18) e Guerric d'Igny e outros. A partir do séc. XIII, ou do início do séc. XIV, ele encontra-se gravado sob o nome mesmo do Cristo, XPS, em um molde para hóstias que está no muse de Vich na Espanha(19); em 1.308-1.309 um dos chefes da Ordem do Templo que foram encarcerados na torre de Chinon desenha-o com a faca na parede de sua prisão(20); e o vemos junto com a cruz, com raios que saem do ponto onde ela o penetra, no pequeno selo de Estème Couret, da mesma época, encontrado em Poitoy pelo conde R. de Rochebrune(21) (Fig. V). Às vezes ele acompanha a evocação de outros membros feridos pela crucifixão, ou então é ele mesmo ferido pelos cravos trágicos (Fig. VI e VIII)(22); também, no final do séc. XV, e com um exagero de estranho simbolismo, esse Coração de Cristo tem braços e pernas diretamente ligados a ele; assim o ex-voto esculpido ao pé das estátuas do Cristo sentado, esperando a morte, em Saint-Nizier de Troyes, em Venisy (Aisne) e pintado na capela do Corpus Christi Collège de Oxford(23) (Fig. VII).
Nunca, antes do séc. XIX, o Coração do Salvador foi representado com tanta frequência quanto no período que começa na segunda parte do séc. XV e termina na metade do séc. XVI.
Deixemos bem claro que essa figura do Coração de carne de Jesus Cristo é, no culto católico, o emblema de seu amor pelos homens. Ele é, disse Leão XIII, "o símbolo e a imagem da caridade infinita de Jesus Cristo(24)".
Este sentido fica ainda mais claro quando ele aparece envolto em chamas: ele é então segundo a linguagem litúrgica "fornalha ardente de caridade", Cor Jesu, fornax ardens caritatis(25).
Acrescentemos que o Coração ferido não muda de significado quando é representado em relação aos instrumentos da Paixão, ou então junto às chagas dos pés e das mãos, pois o suplício redentor foi, por excelência, um ato supremo de amor. Este foi certamente o pensamento de nossos pais: o Coração de Cristo é a verdadeira fonte do sangue que ele elabora, derrama sobre o mundo em resgate de amor pelas aberturas das chagas que fizeram no crucificado os chicotes e os espinhos, os cravos e a lança (Fig. VIII e IX).
Excepcionalmente, na antiga arte religiosa, o Coração de Jesus Cristo aparece em condições que exprimem uma profundidade, uma envergadura de pensamento magníficas: é assim que em um mármore do final do séc. XV proveniente da antiga Cartuxa de Saint-Denis d'Orques (Sarthe) (Fig. X) o Coração ferido de Jesus Cristo triunfa no meio de uma glória de chamas e de raios; ele forma, ao mesmo tempo, o centro de dois círculos, o primeiro contém a cruz e os signos astronômicos dos sete planetas, emblema dos espaços infinitos do firmamento, que correspondem aos sete céus dos místicos orientais(26); o segundo círculo contém os doze signos do zodíaco que presidem a sucessão das estações e dos anos, símbolo da infinita duração dos tempos passados e dos tempos futuros(27). Eis então o coração glorificado de Jesus Cristo colocado no lugar que ocupava a Terra no sistema geocêntrico de Ptolomeu que vigorava na época em que foi esculpido o mármore de Saint-Denis d'Orques(28), o Coração de Cristo colocado, também, como centro da infinitude do tempo e da infinitude do espaço, portanto como centro mesmo do Universo inteiro que ele inunda com a irradiação de seu amor e de sua glória. Pode-se imaginar uma apoteose mais magnífica e maior do que essa?...
Não é extraordinariamente surpreendente que um religioso desse tempo tenha podido conceber uma tal glorificação para quem conhece a doutrina cartusiana da época em relação ao culto do Coração de Jesus, tal como a fixaram as obras dos monges Ludolphe de Saxe, Dominique de Trèves e Denys le Chartreux, o "Doutor extático".
Quando surgem chamas do coração humano, nem sempre ele representa o Coração de Jesus Cristo, pois, abrasado pelo fogo do amor, ele pode ser apenas um coração absolutamente profano; mas, quando ele é o centro de uma irradiação de raios luminosos e gloriosos, podemos sempre, a menos que haja um texto afirmando o contrário, vê-lo como um símbolo do Coração do Redentor apresentando-se em sua glória, iluminando tudo com seu esplendor. É então que os místicos aclamam-no com as palavras de Davi: In lumine tuo videbimus lumen, "Em tua luz veremos a Luz(29)".
(1) Cf. P. Le Cour, A la recherche d'un monde perdu, pp. 67 a 77. [volta]
(2) Cf. Alex Moret, diversas obras, - Ph. Virey, La Religion de l'Ancienne Égypte - R. Guénon, La langage secret de Dante et des Fidèles d'Amour, in Voile d'Isis. Tradução de A. Martin, edição de 1854, p. 57. [volta]
(3) S. Jerônimo, Explication du cérémonial de l'Ancienne Loi, tradução de A. Martin, edição de 1854, p. 57. [volta]
(4) Plínio, História Natural, livro XI, 69. [volta]
(5) Vauvenargues, Les Maximes. [volta]
(6) Cf. Ph. Virey, La Religion De L'ancienne Egypte, p. 117. [volta]
(7) Plutarco, Ísis e Osíris, X. [volta]
(8) Ibid., p. 63. [volta]
(9) A. Godard, Le Messianisme, p. 168. [volta]
(10) G. Ferrero, Les Lois psychologiques du Symbolisme, p. 142. [volta]
(11) René Guénon, La Terre Sainte et le Coeur du monde, in Regnabit, T. XI, nº 4 e 5 (1926), p. 218. [volta]
(12) Ph. Virey, op. e loc. cit.. [volta]
(13) Cf. Alex Moret, Rois et dieux d'Égypte, p. 64. [volta]
(14) Alex Moret, Mystères Égyptien, II. - Le Mystère du Verbe Créateur,, pp. 103 a 138. [volta]
(15) Dom Leclerq, Diction. d'arch. chrêt.,, in dict. d'arch. chrêt. Fasc. LXXXIV, col. 1091. [volta]
(16) São Bernardo, in Cant. - Sermo LXI,, 4. [volta]
(17) Guillaume de Saint-Thierry, De Contemplando Deo, cap. I, 3 e Meditativae orationes, VI. [volta]
(18) Vita mystica, tradução de Apol. de Valence, passim. [volta]
(19) Cf. L. Charbonneau-Lassay, Moule à hosties du XIVe siècle au Musée épiscopal de Vich, in Regnabit. T. III, nº 4, pp. 280-285. [volta]
(20) Ibid., Le Coeur rayonnant du donjon de Chinon attribué aux Templiers, p. 45. [volta]
(21) Ibid., Le sceau d'Estème Couret, in Revue du Bas-Poitou, Ann. 1917, Livr. III e Regnabit. T. II, nº 9 (févr. 1922), pp. 264-268. [volta]
(22) L. Charbonneau-Lassay, Le Christ assis de Venizy et son blason, in Regnabit. T. IV (1923), nº 11, pp. 373 a 383. [volta]
(23) Conf. Lettre et dessin du Rév. C. Plummer, capelão do Corpus Christi ao autor, 23 de maio de 1913. [volta]
(24) Leão XIII, Encíclica Annum Sacrum. [volta]
(25) Ladainha do Sagrado Coração, invoc. 17. [volta]
(26) Cf. René Guénon, La Chirologie dans l'ésoterisme islamique, in Le Voile d'Isis, T. XXXVII, 1932, nº 149, p. 291. [volta]
(27) L. Charbonneau-Lassay, Le marbre astronomique de la Chartreuse de Saint-Denis d'Orques, in Regnabit. T. VI, 1924, nº 9, pp. 211 a 225. [volta]
(28) A obra de Copérnico que estabeleceu pela primeira vez os verdadeiras leis do sistema solar, o De orbium caelestibus revolutionibus, surgiu somente em 1543, ano da morte do autor. [volta]
(29) Davi, Salmos, XXXVI (Vulgata 35), 10. [volta]
Dedicarei aqui apenas algumas páginas ao simbolismo crístico do coração humano, esperando, se Deus o permitir, consagrar a este assunto um estudo bem mais amplo.
Lancemos primeiro um rápido olhar sobre os cultos do mundo précristão.
I. O CORAÇÃO ENTRE OS ANTIGOS
De acordo com alguns eruditos o homem teria, desde os tempos neolíticos, representado, com uma intenção simbólica, o órgão íntimo onde se elabora o seu sangue, onde se concentra sua vida: o dólmen de Croisic, por exemplo, conteria uma imagem em relevo do coração, ao mesmo tempo que outros símbolos: a serpente, o polvo (1), e talvez o nó iniciático (?).
Em todos os povos antigos cujas civilizações nos são conhecidas, entre os da Ásia, da Europa e da África setentrional sobretudo, até a nossa era, o significado relacionado à representação do coração humano refere-se mais à inteligência que ao sentimento, ou, mais exatamente, fazem da imagem do coração bem mais o ideograma da faculdade de conhecer, de raciocinar e de compreender que o amor afetivo e físico (2).
O egípcio que, em seus hieróglifos, figurou o coração do homem e o coração da Divindade pela imagem de um vaso e pelo fruto abacate, fazendo dele, no homem, a sede da alma; Platão não aceita essa concepção, o que nos valeu esta observação de São Jerônimo: "Os naturalistas perguntam onde reside particularmente a alma; Platão pretende que seja no cérebro, e Jesus Cristo no ensina que é no coração (3)."
Os sábios do Egito afirmavam que é do coração que vem tudo o que sabe o homem, e tudo o que ele pode fazer, e é dele, diziam eles, que a atividade humana recebe suas inspirações e sua força tanto no domínio do pensamento quanto no das ações corporais; e nossos pais estavam de acordo com eles quando tiraram da palavra latina Cor a palavra coragem, fazendo desta sinônimo de bravura, de intrepidez.
É toda a Antiguidade, do Oriente ao Ocidente, que Plínio resume ao escrever: "O coração oferece, em seu interior, o primeiro domicílio à alma e ao sangue em uma cavidade sinuosa... aí reside a inteligência (4)."
O nosso Vauvenargues nos diz que "os grandes pensamentos vêm do coração (5)", e trinta séculos antes dele, o lapicida que gravou a estela funerária do faraó Tutankamon inscreve que esse soberano meditava profundamente a felicidade de seu povo em comunhão com seu próprio coração (6).
Ah, o Coração humano, como o idealista Egipto amou-o! Leia-se por exemplo a fábula de Bitau que sacrificou-se a si mesmo, mas cujo coração não quer morrer, renasce e transforma-se a cada vez que o atinge um novo golpe mortal, até que por fim Anubis reanima Bitau ao reencontrar seu coração errante e mergulha-lo na água; então Bitau retorna à vida ao receber seu coração.
"Os egípcios, diz Plutarco, representam o céu, que sendo eterno não pode envelhecer, por um coração pousado sobre um braseiro cuja flama mantém seu ardor (7)."
De certa maneira, a teologia egípcia chegou mesmo a compreender a concepção profundamente reconfortante daquilo que a espiritualidade católica chamou mais tarde de "a habitação de Deus em nós". Em uma estela conservada no Museu de Turin, e traduzida por Chabas, Beka felicita-se por ter sido em sua vida "um homem justo, veraz e bom, tendo posto Deus em seu coração (8)." Beka diz justamente Deus, o deus Um, em hieróglifos Nuter, e não os deuses, que foram no Egito ancestrais divinizados; Beka compreendia muito bem que não poderia ser condenado, na pesagem das almas, um coração em que residisse a Divindade, e que a carregasse no centro mesmo de sua vida: no mesmo sentimento da posse divina em si, mas aplicando sua voz a outros pensamentos, são Paulo dirá mais tarde: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim."
A pesagem do coração humano no julgamento das almas após a morte, e enquanto autor responsável dos atos bons ou maus realizados durante a vida terrestre, é exposta nos monumentos egípcios em cenas que fazem pensar naquelas que nos mostram, nas igrejas francesas da Idade Média, o julgamento parciular dos atos de nossas vida, com são Miguel pesando as pequenas almas trêmulas na presença do anjo incumbido de nossa proteção e de Satã, nosso acusador.
Eis, por exemplo, essa cena de julgamento pintada sobre o esquife de uma sacerdotisa de Amon: diante do trono de Osíris, encarregado de julgar os mortos, cercado por seus acessores e junto a Maât, personificação divina da Verdade, ergue-se uma alta balança. Ao lado dela, ou abaixo dela, um monstro híbrido, "O Devorador", justiceiro da Divindade, está pronto para apossar-se da alma, se a justa pesagem resultar em seu prejuízo.
Em um dos pratos repousa, sozinho, o coração do defunto sob a aparência do vaso hieróglifo no qual estão as obras más da vida que vai ser julgada (Fig. I e II). Então Maât-Verdade aproxima-se; retira de seu penteado a branca pluma de avestruz que a caracteriza, e coloca-a no prato vazio; às vezes é ela mesma que senta-se no prato, mas como sua substância é espiritual, somente a pluma imaculada exerce o seu peso levíssimo e o equilíbrio perfeito deve então estabelecer-se entre o vaso-coração e a pluma (Fig. III); se isto não acontece, é o monstro justiceiro que triunfa, e a alma, vítima dos maus atos do coração, não será recebida no reino das felizes transformações.
"Os egípcios, diz A. Godard, colocavam no seio de suas casas uma cruz cravada em um coração (9)." E, de acordo com G. Ferrero(10), Wilkinson observou o desenho de uma casa egípcia em cuja fachada figurava um coração com uma cruz em cima "muito semelhante aos que se vê em certos quadros católicos(11)". Le Cour publicou um amuleto egípcio que apresenta o mesmo assunto.
II. A IDÉIA DO CORAÇÃO DE DEUS ENTRE OS ANTIGOS EGÍPCIOS
Partindo das concepções que acabamos de examinar, e muito naturalmente, o pensamento piedoso dos antigos egípcios fez também do coração de Deus Um a sede e a fonte das perfeições divinas. Vemos, em consequência, velhos textos evocarem expressamente o Coração divino; Ramsés II, tendo sido mal assistido por seus oficiais em um combate, repreende-os e termina dizendo-lhes: "Não os tenho mais em meu coração"; depois, voltando-se para seu pai do céu, o deus Amon, ousa falar-lhe assim: "O que é que tu fazes, meu pai Amon? É digno de um pai não velar sobre o seu filho?... e quem são esses asiáticos para o teu coração(12)?"
Em um dos hinos em honra a Aton, imagem da Divindade sob o emblama do disco solar, composto pelo Faraó Anemofis IV e por Nefer-Neferiu-Aton, sua graciosa esposa, lemos, no corpo de um longo texto: "...tu criaste a terra em teu Coração, quando estavas totalmente só... tu fizeste as estações para fazer nascer e crescer tudo aquilo que criaste... tu fizeste o céu distante para te elevares sobre ele e tu vês de lá tudo aquilo que criaste, tu somente. Tu apareces sob a forma de Aton vivo; tu te elevas brilhando, tu te afastas e retornas; tu estás em meu coração...(13)"
Uma mesma concepção é exposta na inscrição funerária de um sacerdote de Mênfis cujo texto com seu sentido foram fixados por Maspéro, Breasted e Erman; dele se deduz que os teólogos de escola de Mênfis distinguiam na obra do Autor de todas as coisas o papel do pensamento criador, que eles denominavam a parte do Coração, e o do instrumento da criação, que eles chamavam a parte da Língua, o Verboç também Alexandre Moret chegou, reproduzindo uma expressão egípcia, a intitular um de seus mais belos capítulos "Do Mistério do Verbo Criador(14)".
Outra escola teológica, que conhecemos através de monumentos do tempo de Ramessides (XIXª dinastia, em torno de 1.200 a.C.) expõe-nos uma teoria segundo a qual Deus, o Deus Um, cuja Natureza nos é apresentada como sendo formada de três entidades distintas que formam uma verdadeira trindade-unidade: Ftah, Horus e Thot. Ftah é a Pessoa suprema, a Inteligência perfeita; Horus, segundo a crença já então bem antiga, é o Coração compreensivo e afetivo da divindade, é o espírito que anima toda vida; Thot é o Verbo, instrumento de realização das obras divinas.
Ftah é designado como o Ser supremo, pois toda a tríade de alguma maneira procede dele. Ele é, de acordo com o documento citado acima, "aquele que torna-se Coração, aquele que torna-se Língua".
Horus, o Coração divino, foi representado nas artes sagradas pela figura do falcão. Desde os tempos da IVª dinastia, em torno de 2.840 a 2.680 a.C., ele aparece simbolizado assim; sobre a bela estátua de Quéfrem, que está no museu do Cairo, por exemplo, o Pássaro sagrado apoia seu coração, todo seu corpo, contra a nuca do faraó que ele protege, que inspira, e envolve sua cabeça com as asas abertas (Fig. IV). Há mesmo nessa atitude singular do falcão deus muito mais do que o signo de uma simples assistência dada ao faraó, de quem ele cobre e aquece o cerebelo no ponto, sensível por excelência, que a neurologia denomina "Ponte de Varólio", e que lhe põe em contato quase imediato com esse feixe de nervos cervicais que alguns anatomistas denominam "Árvore da Vida": não poderíamos dizer que, por esse cálido abraço o Pássaro-divino, emblema do Coração da divindade, fecunda, de alguma forma, o espírito de Quéfrem em seu cérebro, nessa hospedaria em que se detêm, diziam os sábios desse tempo, os pensamentos concebidos e nascidos no coração antes de serem exteriorizados pelo movimento da língua e pela abertura dos lábios?
III. O CORAÇÃO HUMANO, IMAGEM EMBLEMÁTICA DO CORAÇÃO DE JESUS CRISTO
Nas artes da cristandade perseguida e sob os primeiros imperadores constantinianos, a imagem do coração aparece frequentemente sem que se possa decidir razoavelmente a ver nela um motivo puramente ornamental, nem a assimilá-la sempre a essas folhagens cordiformes de convólvulos empregadas na epigrafia romana. O sábio explorador da antiga Cartago, R. P. Louis Delattre publicou numerosas imagens de corações em relevo em pratos ou lâmpadas dos séculos III ao VI, que são fabricações cristãs: esses corações são ornamentados ora com a cruz ora com as iniciais do Cristo, I sobre X (Iesus Xhristos), ou X sobre P (XRistos). Das duas uma: ou eles exprimem a habitação do Cristo no coração do cristão, ou eles são o emblema do próprio coração de Jesus Cristo, com reservas; de resto, o padre Delattre aceitava esta última interpretação, à qual a adesão mais recente do mestre Dom H. Leclercq dá um valor de quase certeza, sobretudo no que concerne à presença do coração marcado com uma cruz no centro de certas lâmpadas cartaginenses(15).
Por longos séculos, em Roma e no resto da cristandade, o culto do Coração de Jesus Cristo confunde-se com o da chaga feita em seu lado, no Calvário, pela lança do soldado romano que o traspassou.
Se não conhecemos, antes do final do séc. XIII, outras imagens simbólicas do coração humano que possam ser vistas como representando o do Salvador, ao menos os escritores desse tempo falam com frequência do Coração de Jesus Cristo como o lugar do seu amor pelos homens, e como a fonte do sangue que ele derramou para o resgate e a salvação do mundo. Por exemplo são Bernardo, no séc. XI(16), Guillaume de Saint-Thierry, por volta de 1.150(17); no mesmo período o autor da Vida Mística(18) e Guerric d'Igny e outros. A partir do séc. XIII, ou do início do séc. XIV, ele encontra-se gravado sob o nome mesmo do Cristo, XPS, em um molde para hóstias que está no muse de Vich na Espanha(19); em 1.308-1.309 um dos chefes da Ordem do Templo que foram encarcerados na torre de Chinon desenha-o com a faca na parede de sua prisão(20); e o vemos junto com a cruz, com raios que saem do ponto onde ela o penetra, no pequeno selo de Estème Couret, da mesma época, encontrado em Poitoy pelo conde R. de Rochebrune(21) (Fig. V). Às vezes ele acompanha a evocação de outros membros feridos pela crucifixão, ou então é ele mesmo ferido pelos cravos trágicos (Fig. VI e VIII)(22); também, no final do séc. XV, e com um exagero de estranho simbolismo, esse Coração de Cristo tem braços e pernas diretamente ligados a ele; assim o ex-voto esculpido ao pé das estátuas do Cristo sentado, esperando a morte, em Saint-Nizier de Troyes, em Venisy (Aisne) e pintado na capela do Corpus Christi Collège de Oxford(23) (Fig. VII).
Nunca, antes do séc. XIX, o Coração do Salvador foi representado com tanta frequência quanto no período que começa na segunda parte do séc. XV e termina na metade do séc. XVI.
Deixemos bem claro que essa figura do Coração de carne de Jesus Cristo é, no culto católico, o emblema de seu amor pelos homens. Ele é, disse Leão XIII, "o símbolo e a imagem da caridade infinita de Jesus Cristo(24)".
Este sentido fica ainda mais claro quando ele aparece envolto em chamas: ele é então segundo a linguagem litúrgica "fornalha ardente de caridade", Cor Jesu, fornax ardens caritatis(25).
Acrescentemos que o Coração ferido não muda de significado quando é representado em relação aos instrumentos da Paixão, ou então junto às chagas dos pés e das mãos, pois o suplício redentor foi, por excelência, um ato supremo de amor. Este foi certamente o pensamento de nossos pais: o Coração de Cristo é a verdadeira fonte do sangue que ele elabora, derrama sobre o mundo em resgate de amor pelas aberturas das chagas que fizeram no crucificado os chicotes e os espinhos, os cravos e a lança (Fig. VIII e IX).
Excepcionalmente, na antiga arte religiosa, o Coração de Jesus Cristo aparece em condições que exprimem uma profundidade, uma envergadura de pensamento magníficas: é assim que em um mármore do final do séc. XV proveniente da antiga Cartuxa de Saint-Denis d'Orques (Sarthe) (Fig. X) o Coração ferido de Jesus Cristo triunfa no meio de uma glória de chamas e de raios; ele forma, ao mesmo tempo, o centro de dois círculos, o primeiro contém a cruz e os signos astronômicos dos sete planetas, emblema dos espaços infinitos do firmamento, que correspondem aos sete céus dos místicos orientais(26); o segundo círculo contém os doze signos do zodíaco que presidem a sucessão das estações e dos anos, símbolo da infinita duração dos tempos passados e dos tempos futuros(27). Eis então o coração glorificado de Jesus Cristo colocado no lugar que ocupava a Terra no sistema geocêntrico de Ptolomeu que vigorava na época em que foi esculpido o mármore de Saint-Denis d'Orques(28), o Coração de Cristo colocado, também, como centro da infinitude do tempo e da infinitude do espaço, portanto como centro mesmo do Universo inteiro que ele inunda com a irradiação de seu amor e de sua glória. Pode-se imaginar uma apoteose mais magnífica e maior do que essa?...
Não é extraordinariamente surpreendente que um religioso desse tempo tenha podido conceber uma tal glorificação para quem conhece a doutrina cartusiana da época em relação ao culto do Coração de Jesus, tal como a fixaram as obras dos monges Ludolphe de Saxe, Dominique de Trèves e Denys le Chartreux, o "Doutor extático".
Quando surgem chamas do coração humano, nem sempre ele representa o Coração de Jesus Cristo, pois, abrasado pelo fogo do amor, ele pode ser apenas um coração absolutamente profano; mas, quando ele é o centro de uma irradiação de raios luminosos e gloriosos, podemos sempre, a menos que haja um texto afirmando o contrário, vê-lo como um símbolo do Coração do Redentor apresentando-se em sua glória, iluminando tudo com seu esplendor. É então que os místicos aclamam-no com as palavras de Davi: In lumine tuo videbimus lumen, "Em tua luz veremos a Luz(29)".
(1) Cf. P. Le Cour, A la recherche d'un monde perdu, pp. 67 a 77. [volta]
(2) Cf. Alex Moret, diversas obras, - Ph. Virey, La Religion de l'Ancienne Égypte - R. Guénon, La langage secret de Dante et des Fidèles d'Amour, in Voile d'Isis. Tradução de A. Martin, edição de 1854, p. 57. [volta]
(3) S. Jerônimo, Explication du cérémonial de l'Ancienne Loi, tradução de A. Martin, edição de 1854, p. 57. [volta]
(4) Plínio, História Natural, livro XI, 69. [volta]
(5) Vauvenargues, Les Maximes. [volta]
(6) Cf. Ph. Virey, La Religion De L'ancienne Egypte, p. 117. [volta]
(7) Plutarco, Ísis e Osíris, X. [volta]
(8) Ibid., p. 63. [volta]
(9) A. Godard, Le Messianisme, p. 168. [volta]
(10) G. Ferrero, Les Lois psychologiques du Symbolisme, p. 142. [volta]
(11) René Guénon, La Terre Sainte et le Coeur du monde, in Regnabit, T. XI, nº 4 e 5 (1926), p. 218. [volta]
(12) Ph. Virey, op. e loc. cit.. [volta]
(13) Cf. Alex Moret, Rois et dieux d'Égypte, p. 64. [volta]
(14) Alex Moret, Mystères Égyptien, II. - Le Mystère du Verbe Créateur,, pp. 103 a 138. [volta]
(15) Dom Leclerq, Diction. d'arch. chrêt.,, in dict. d'arch. chrêt. Fasc. LXXXIV, col. 1091. [volta]
(16) São Bernardo, in Cant. - Sermo LXI,, 4. [volta]
(17) Guillaume de Saint-Thierry, De Contemplando Deo, cap. I, 3 e Meditativae orationes, VI. [volta]
(18) Vita mystica, tradução de Apol. de Valence, passim. [volta]
(19) Cf. L. Charbonneau-Lassay, Moule à hosties du XIVe siècle au Musée épiscopal de Vich, in Regnabit. T. III, nº 4, pp. 280-285. [volta]
(20) Ibid., Le Coeur rayonnant du donjon de Chinon attribué aux Templiers, p. 45. [volta]
(21) Ibid., Le sceau d'Estème Couret, in Revue du Bas-Poitou, Ann. 1917, Livr. III e Regnabit. T. II, nº 9 (févr. 1922), pp. 264-268. [volta]
(22) L. Charbonneau-Lassay, Le Christ assis de Venizy et son blason, in Regnabit. T. IV (1923), nº 11, pp. 373 a 383. [volta]
(23) Conf. Lettre et dessin du Rév. C. Plummer, capelão do Corpus Christi ao autor, 23 de maio de 1913. [volta]
(24) Leão XIII, Encíclica Annum Sacrum. [volta]
(25) Ladainha do Sagrado Coração, invoc. 17. [volta]
(26) Cf. René Guénon, La Chirologie dans l'ésoterisme islamique, in Le Voile d'Isis, T. XXXVII, 1932, nº 149, p. 291. [volta]
(27) L. Charbonneau-Lassay, Le marbre astronomique de la Chartreuse de Saint-Denis d'Orques, in Regnabit. T. VI, 1924, nº 9, pp. 211 a 225. [volta]
(28) A obra de Copérnico que estabeleceu pela primeira vez os verdadeiras leis do sistema solar, o De orbium caelestibus revolutionibus, surgiu somente em 1543, ano da morte do autor. [volta]
(29) Davi, Salmos, XXXVI (Vulgata 35), 10. [volta]
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